Desde que comecei a trabalhar remotamente por conta do Covid-19, percebo que o volume de trabalho aumentou e que muitas atividades que não conseguia realizar por conta das interferências do dia a dia, estava concluindo facilmente. Até ai, nada de surpresas, porque poderia ser apenas uma falta de gestão de tempo da minha parte. Mas isso me fez refletir sobre as pessoas da minha equipe, será que todos estão nesse cenário? Quais são os principais desafios que eles estão enfrentando? Estão felizes?
Foi ai que resolvi juntar todo o time para compartilhar um pouco da minha percepção, e tentar captar se eles estavam com algum tipo de dificuldade para executar seus trabalhos remotamente. Entre tudo que foi falado, posso resumir em 4 grandes tópicos:
Essa pandemia nos forçou a entrar em isolamento do dia pra noite e mexeu diretamente na rotina de todos nós. Como qualquer situação inesperada, está forçando diversas mudanças e exigindo muito da nossa capacidade de adaptação. Tudo isso está mostrando que responder às mudanças é mais importante do que seguir um plano e que teremos que aprender na prática.
Para entender um pouco mais sobre esses tópicos e como poderia melhorar o dia a dia do time, fiz uma pesquisa no Linkedin para analisar esses pontos e entender como atuar em cada um deles:
Com a liberdade de trabalhar em casa, muitas pessoas podem perder o controle sobre as horas trabalhadas e acabar trabalhando muito mais do que o necessário. A pesquisa mostrou que 49% dos respondentes estão nessa situação e que isso precisa ser evitado para reduzir os impactos negativos da quarentena.
Uma forma para resolver esse ponto é orientar o time para criar uma nova rotina de trabalho, onde cada um defina um agenda diária, que se arrumem normalmente para ir trabalhar, façam o horário de almoço de 1 hora, programem intervalos para andar pela casa e tomar café ou água. Com essa ações as pessoas evitam trabalhar além do normal e conservam uma boa qualidade de vida no trabalho remoto.
Quando estamos no ambiente empresarial, não temos contato com muitas coisas que podem gerar distrações, tais como: TV, Sofá, cachorro, gato, filhos e etc. Por mais que possa parecer um item que a maioria das pessoas estejam enfrentando, a pesquisa apontou 17% dos respondentes nessa situação, o que é incrível e surpreendente na minha visão. Isso demonstra que a grande maioria se adaptou com o trabalho remoto, mesmo não programando essa mudança tão repentina.
Para tentar mitigar esse ponto, o ideal é orientar a equipe para conseguir um local dentro da residência onde seja possível trabalhar sem a interferência da maioria dos itens mencionados, garantindo assim um menor risco de distrações. Outro ponto importante é que estabeleçam um acordo com as pessoas que vivem no mesmo local, definindo horários para interrupções, almoço, locais de cada um para o trabalho remoto, volume de conversas, entre outras coisas.
Muitas empresas foram pegas de surpresa com o fechamento de serviços não essenciais e tiveram que se adaptar rápido, sem planejamento e muitas delas sem investimento, para que os colaboradores pudessem continuar trabalhando normalmente.
Como a maioria da minha rede é do setor tecnológico, esse item não apareceu com uma percentagem alta na pesquisa, apenas 6% dos respondentes enfrentam problemas com a infraestrutura tecnológica nessa quarentena.
A maneira mais rápida para mitigar esse ponto é um investimento das empresas em aluguel de computadores e notebooks para os colaboradores que não possuem e, a aquisição de ferramentas de comunicação para facilitar o dia a dia do trabalho remoto.
Um ponto importante e fundamental é relacionado a política de segurança, que precisa garantir uma segmentação dos acessos dos usuários, somente com o que é fundamental ao seu trabalho e uma monitoração do tráfego, para identificar comportamentos anormais ou desvio de informações.
O ideal, seria que tivéssemos uma boa infraestrutura de banda larga para que o trabalho remoto seja mais produtivo e agradável, mas como nosso país carece de infraestrutura nesse segmento, acredito que seja inevitável algum tipo de dificuldade.
Por fim, e talvez o mais importante, está o tema que não sai das rodas de discussões online, o Isolamento Social. 29% dos respondentes relatam que a maior dificuldade está na impossibilidade de ter uma vida social normal.
Além do isolamento imposto a saúde mental é bastante afetada, a grande maioria das pessoas acabam ativando gatilhos mentais relacionados ao medo pelos entes queridos, frustrações, tédio, falta de suprimentos adequados, excesso de informações, perda de emprego e a própria doença.
Minha sugestão para esse tema é estar muito próximo da equipe e, interagir das mais diferentes formas possíveis, chamadas por vídeo, cafés virtuais, reuniões de repasse semanais e happy hours virtuais temáticos (Ex: Black Tie, Super-Heróis, Fantasia...). Caso identifique algum comportamento diferente de algum colaborador, envolva a área de saúde da empresa ou oriente o profissional a buscar ajuda especializada.
Acredito que não exista ainda um fórmula mágica para lidar com esses momentos sem algum tipo de dificuldade ou incerteza, certamente, temos mais dúvidas do que respostas.
Esteja sempre ao lado da sua equipe com disposição para ouvir e passar orientações necessárias. Isso já irá ajudá-los muito.
E você, se identificou com esses tópicos? Compartilhe um pouco de como está enfrentando esse período de quarentena!
Até a próxima!